segunda-feira, 31 de maio de 2010

Blog - instruções de uso

Olá,
isto é um blog. E o que vem a ser um blog? O nome é um mix dos conceitos web (rede de computadores) e log (registro, diário). Então numa definição simples, blog é o registro mais ou menos diário do assunto que o autor do blog, o blogger, escolher.

O blog pode tratar de um assunto específico ou de assuntos variados. Pode ser mais ou menos intimista, conforme o approach. Este blog, por exemplo, trata especificamente do modo como a blogueira que vos tecla vê as coisas. É, portanto mais intimista, no sentido de expor as idéias e opiniões do autor mais intimamente e não conforme um formato imposto ao autor por uma outra pessoa (tipo um chefe) ou instituição (tipo... um chefe).

Como usar
Você lê os posts e gosta deles, ou não. E concorda com as opiniões expostas pelo blogger, ou não. E aí você dá o seu pitaco, que é o famoso comment. Não custa nada, não requer prática nem habilidade. Se qualquer imbecil (e olha que às vezes pinta cada um!) é capaz de digitar um comment, imagine como é fácil para uma pessoa inteligente e bacana como você. Basta clicar uma vez com o botão esquerdo do mouse onde diz 'comentários' e quando abrir a página digitar seu pitaco na caixa sob o título 'postar um comentário'.

Aí você clica em 'comentar como', que lhe dá opção, na setinha à esquerda da palavra 'sair', de ser anônimo, ou escolher um nome, que pode ser anônima (dica para as espertas que querem se fresquear pro Paulo Vi e entram como "anônimo"), ou qualquer nome inventado ou verdadeiro, não importa (onde diz nome/URL, sendo o URL o endereço do seu site, caso exista e você queira deixar linkado no seu nome, pras pessoas que leem seu comment irem visitar seu site clicando no seu nome).

Aí clica 'continuar', aí clica 'postar comentário' e por último copia aquela palavrinha esquisita que aparece na verificação de palavras e, clica final em 'postar comentário'.

Caso se arrependa do que escreveu ou deseje fazer uma correção, é só clicar no ícone lixeira e seguir as instruções que seu comentário será deletado, aparecendo a seguir 'esta postagem foi removida pelo autor'. No problem. Quando o comment é removido pelo blogueiro essa info também aparece.

Viu? Facinho, rápido e indolor, diria o namorado aflito à namorada indecisa.

Isso tudo porque um blog é como aqueles bichinhos de estimação virtuais, precisa ser alimentado, de posts e de comments. O blogger faz a sua parte com os posts, o leitor com seus comments. Legal, né? Então. Meus amigos blogueiros dizem, 'veja, San, tenho zil visitas por dia e só uma meia dúzia deixa comment, pena, né?' É, sim.

Comment é bom, nem que seja ruim. Só não é legal baixaria, mas isso a gente deleta e pronto (como diz o Filthy McNasty, um dos meus faves gênio bloggers, 'meu blog não é pinico').

Então é isso. Agora vou trabalhar porque alguém nessa família precisa ganhar dinheiro e como eu tenho o que os sociólogos chamam de família nuclear (no meu caso dada a explosividade e não o nº de pessoas) essa pessoa tem de ser euzinha mesma.

See you later, alligator. Beijinho, stay tuned, love you.

Sei não, diria o Arnaud

Qualquer página que você abre com o Google
tem agora uma chamada que diz:
o Google gostaria de ter acesso ao seu local.
Com a barra de ferramentas dele e tal.
Como perguntaria o falecido Arnaud Rodrigues ao seu primo, naquele famoso sketch em que ele fazia o tímido e desconfiado:
Arnaldo, isto é decente?

Putz, o Arnaud nasceu em Serra Talhada, veio pro Brasil (como diz a Dilma Figa sobre os norte-nordestinos) e, depois de uma vida, resolveu ir morar no Tocantins, onde morreu outro dia, de barco afundado. Pode?

domingo, 30 de maio de 2010

Clair de Lina

Olha o T que ficou esse click noturno de Lina Faria. Clair de lune num cenário que Debussy não viu.


E aqui, pra vocês, essa lindura que é a melodia do Claude Debussy
e que a molecada só conheceu por causa do amor vampiro do Twilight. Valeu.

La petite mort

Os franceses chamam ao orgasmo 'pequena morte'.
Ninguém se pergunta se há (mais) vida após a pequena morte?
Think about it.

Bem, desde que não sejam, como diz um cara que eu conheço, orgasmos banais.
Imagina isso, orgasmos banais. Muito certo. Coisas descartáveis, de repente.

Uma boa conversa com certa pessoa vale por mil orgasmos banais, diz ele.
Bom pra certa pessoa.
(Então uma boa conversa com ela é como une petite mort, mon ami? ooolala!)


E aqui uma French maid, provando que é um santo remédio para vitalizar peças de museu.
Nada muito a ver com o post, a não ser pelo sexy da coisa. E porque eu gosto muito dessa fantasia.

Boca Negra, Boca Juniors, Boca do Inferno, boca suja, boca-mole, boca pequena, boca-de-fumo, boca-de-siri, boca do forno, boca da mata, boca do monte, boca da garrafa, boca da noite, boca santa, boca de anjo, boca boa, boca, boca, tua boca, linda boca, boca de tormento, de deliciamento, não me sai do pensamento

Ciro Röpke, Camões, vela y calavera

Conta a lenda que estando Camões a morrer, e morreu na pobreza, procurou-se cumprir o costume de se colocar nas mãos do moribundo um castiçal com uma vela acesa. Na falta do castiçal, porém, colocou-se nas mãos do poeta um tanto de areia, e nessa areia, espetada, a vela acesa. Sobre isso teria Camões comentado: morrendo e aprendendo.

Acredita? C'moens!

You see dead people

Dead: Dennis Hopper, 74, maio 29, 2010, Los Angeles CA, câncer de próstata.
Mais famoso por Easy Rider, violência doméstica, coca e álcool de montão.
Não sei pra onde vamos, nem ele nem eu, quando chegar a minha vez.
Existe isso de céu e inferno?

sábado, 29 de maio de 2010

Tema do Imposto de Renda, aleatoriamente e com carinho pra vocês


Maria descobriu que João
Sonegou o amor devido
Amor da sua vida
Passou recibo de carinho
Pra outra Maria e não declarou
Aplicou os seus motivos
Em novos incentivos
E não deduziu do seu rosto
A mancha de batom
Nem descontou do seu peito
O jeito de sempre voltar
Mas a fonte secou seu João
Você está isento de perdão

Paulo Vitola - Cidade Sem Portas

E assim deixo-vos com Paulo Vitola, na certeza de que estarão nas melhores mãos possíveis. Estou encantada com o que tenho lido dele em Chucrute & Abacaxi com Vinavuste. Depois eu conto mais, por enquanto saboreio quase em silêncio, e solenemente, essa delícia. 

Peguei essa peça talvez por ela estar entre as primeiras, entre as mais curtas, por eu estar com alguma pressa. É boa, de todo jeito. Ele sempre consegue ser melhor do que a gente já sabia. De uma banalidade ele esculpe uma preciosidade, de uma crônica ele faz um poema, independente da forma, de um flash da vida uma reflexão, em que você mergulha sem sofrer, agradecendo a beleza, a leveza, a paz de espírito. Ele é assim, um sério lúdico, um inquieto sossegado, essa coisa que não cansa e surpreende e encanta.


Vou trabalhar final de semana. Vida de trabalhador é isso, diria Onassis, o Ari. Trabalhador incansável, como eu, mutatis mutandis. Bem mutatis, muito mutandis. 
Fiquem bem. Volto no domingo à noite, ou a qualquer momento em edição... blablablá. Beijo. Love you.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Tem coisa que ainda consegue chocar a gente

Vocês viram o vídeo daquele piazinho de dois anos que fuma 40 cigarros por dia? Ele mal sabe falar e foi iniciado no tabaco pelo próprio pai, um débil mental que lhe colocou o primeiro cigarro na boca aos oito meses de idade.

O pai, um indonésio que não tem nem fezes para defecar, gasta quatro euros por dia pra sustentar o vício do filho, e acha bacana, diz que a criança é perfeitamente saudável. A mãe diz que nada pode fazer, pois o menino fica descontrolado e bate com a cabeça na parede se não lhe derem um cigarro quando pede.

O governo indonésio ( vê se isso é gente) promete dar um carro aos pais, caso consigam fazer a criança largar o vício. Imagine se agora eles deixam o piá esmagar a cabeça na parede, pra ganhar o tal carro... Em vez disso o governo, constituído por iguais escrotos, devia dar é uma camaçada de pau nos pais do piá.

Certas coisa são tribacanas, não? Eu nem quis postar o vídeo pra não ficar toda hora dando de cara com essa baixaria. Se tiver curiosidade - e estômago - o link está aqui. O piazinho, além de visivelmente obeso, segura o cigarro com a desenvoltura de um tabagista adulto. A coisa toda um verdadeiro horror, pro meu gosto.

E vocês nem deram bola, olha só

Na 6ª feira 21 de maio eu postei uma homenagem aos 30 anos do Pacman, e no único comment que houve, feito pelo plugadíssimo Doc Ciro Röpke, mencionei que tinha sido lembrada da efeméride pelo Google doodle, o qual publicou o joguinho realmente jogável, pois no botão de busca 'estou com sorte' vinha, em vez disso, escrito 'inserir moeda', que num click iniciava o joguinho.

Pois essa brincadeira custou às companhias do mundo a pechincha de cinco milhões de horas de trabalho, em que funcionários com acesso à internet jogaram essa versão do Pacman.

O sucesso foi tão retumbante que o Google resolveu manter a versão doodle online. Nela o joguinho foi alterado com a assistência da própria Namco, para que mister Pacman caminhe por entre o nome Google, com os mesmo som, gráfico e bugs originais, olha que show.

Os googles estão pouco se lixando para as milhões de horas subtraídas ao trabalho dos internautas, que em termos contagem na web são praticamente irrisórias. A coisa toda em se falando de web tem números astronômicos, cinco milhões de horas? imagina, isso não representa nada. A não ser talvez para as companhias que perderam o equivalente a cem milhões de euros com a brincadeira. Estou com tanta peninha... nhac nhac nhac.

O Google criou uma webpage para seu Pacman, que você pode checar, e até roubar uns minutinhos da sua empresa, como fizeram 500 milhões de usuários no dia 21 de maio, se resolver jogar, só ou com um colega
http://www.google.com/pacman/

Você pode também fazer o download do game - for free - via Mashable clicando aqui 

Ai, adoooro joguinho antigo, sou uma cyber-sentimental...

DK, esbanjando categoria



Olha só o Dico Kremer, numa criação de Claudio Soares veiculada na Revista Idéias. Bela imagem, très chic, com iluminação assinada pelo próprio DK, toque de mestre, adorei.


Um dia da caça, um dia do caçador.
DK, que está sempre clicando os outros, acabou  muito bem clicado, câmera em riste, panca de modelo.

Ou de diplomata, eu achei.
Doutor Mario Frederico de Medeiros Kremer, adido cultural do Brasil em... onde você gostaria de morar, DK, já que conhece o mundo todo?

Dava certinho, não? Mas, volta logo ;)

Thanks & welcome

Meus agradecimentos ao Koisan Uchoà do Na Sarje e ao pessoal do Goliardos, pelo acompanhamento. Valeus. Abraços, meninos : )

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Amanhã, prometo, estarei convosco. Hoje deixo um beijo e uma idéia, usando o gênio de Fernando Pessoa. Até amanhã

O Livro do Desassossego

Composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa



 "Tenho ternura, ternura até às lágrimas, pelos meus livros de outros em que escrituro, pelo tinteiro velho de que me sirvo, pelas costas dobradas do Sérgio, que faz guias de remessa um pouco para além de mim. Tenho amor a isto, talvez porque não tenha mais nada que amar - ou talvez, também, porque nada valha o amor de uma alma, e, se temos por sentimento que o dar, tanto vale dá-lo ao pequeno aspecto do meu tinteiro como à grande indiferença das estrelas."

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Maior correria hoje, sorry

Os emails e comments não respondidos, li e responderei, obrigada meus amores. Desculpem os posts faltantes. A semana está corrida, guenta as pontas.
Deixo-os com dois clips, o primeiro do Jason Mraz com I'm Yours, homenagem reggada a paz e amor a quem tem, entre tantos outros, o talento de me deixar totalmente zen, obrigada; o segundo aquele do japinha kickass cantando o mesmo I'm Yours e se acompanhando ao ukalele, que eu acho maior comédia.
Pretty much that for today, espero que curtam. Volto mais pro fim do dia, stay tuned, love you.







There's no need to complicate
Our time is short
This is our fate, I'm yours


terça-feira, 25 de maio de 2010

Get Lost

Esse post provavelmente só interessará ao Louie (hi, dear!) que é um tvmaniac just like myself. Ai, que horror falar com gente que não tem a menor noção do que seja Lost, por exemplo e principalmente.
Estou atrasadésima por aqui (I'm a housewife, remember) e tenho de sair correndo para o trabalho, mas tenho de vociferar:
EU SABIA QUE O FINAL DE LOST IA ME DESAPONTAR!

Agradeço, do fundo do coração, ao pessoal da equipe Psicopatas, que legendou de bate-pronto todos os episódios que a gente assistiu na web, nessa luta de madrugadas e madrugadas atrás do latest episode.
Competência, eficiência, tesão, agilidade, exatidão, tudo isso foram os Psicopatas. Parabéns, moçada, show de bola!

Mas o que eu sabia é que os writers iam se perder no final, é o que sempre acontece. Ou: a expectativa é sempre mais grandiosa que a realidade, não adianta.
Não gostei do final, óbvio demais, fácil demais, déjà-vu demais, previsível demais. Já havia sido aventado zil vezes. Eu, eu mesma, teria feito melhor, por Jacob!

Triste, de qualquer forma, ficar sem a companhia semanal daquela turma, muito triste pra quem estava viciado. E meus protestos mais veementes pela ausência de Mr. Eco e de Paulo (Rodrigo Santoro) entre o dead people da Oceanic Airlines no finale. Se não fosse ruim de qualquer jeito, ainda teria essa falha, pra mim. A melhor coisa do finale foi a Freckles naquele pretinho tomara-que-caia e suas pernocas perfeitas. E, of course, Sawyer e Doc Shepard produzidinhos, yummy!

Acabou-se. E eu vou ficar pra sempre desejando ardentemente morar numa daquelas casinhas amarelas da Vila, na ilha. Ah, como eu seria feliz, com Fumacê e tudo, longe deste insensato mundo, naquela ilha maravilhosa. Sniff... E nem precisava do Sawyer ou do Doc Shepard, believe me. Se bem que... well.

Fica no Jardim Icaraí. Vai lá

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Entendendo o Português de Portugal

Gosto que me enrosco do jeito dos tugas. No site do Expresso, depois do menu dos assuntos do dia, vem:

Cumprimentos e boa navegação!

Muito educados e gentis esses nossos irmãos d'além-mar, sem dúvida.

E sobre a Copa do Mundo, ou como eles dizem, o Mundial, esta nota:
A equipa nacional teve hoje um banho de multidão na Covilhã. O defesa Pepe treinou, pela primeira vez, com a restante equipa da seleção portuguesa de futebol, num dia em que milhares de adeptos assistiram a um apronto em que os jogadores se limitaram a jogar "futvolei".

É rir-se de gosto ao ler-se isto, pois não?

Curitibocas de ego inflado graças a Amely

Neste domingo estreia o novo projeto gráfico e editorial da Folha de São Paulo que contará com um elenco de novos colunistas. Alguns foram selecionados no concurso de novos talentos, o que não foi meu caso. Como já uso creme anti-rugas, fui convidada a não participar do concurso por conta de contratação direta pela editoria da Folha de São Paulo. A partir dessa semana, assumo o espaço de tiras da Maitena, no caderno Equilíbrio. Tropa de elite da imprensa!” Pryscila Vieira, criadora da Amely, a Boneca Inflável.

Veja no blog da Pry mais tirinhas da Amely. Dicionário, duas faves:


Obs: o cúmulo da felicidade? É quando você constata tudo o que Amely diz no último quadrinho e além disso seu amigo não é gay. Mega-sena acumulada, podiscrê (©solda)

domingo, 23 de maio de 2010

Frank

Muito excelente sacada do Frank que eu pesquei no Sol

E essa eu pesquei direto no Xinelão do Frank. Vai lá

Solda

Solda, aka Sol: filósofo, escritor, conselheiro sentimental, professor,
vidente, publicitário, blogueiro, reggaeiro, rock'n'rolla. Ah, sim, cartunista dos bons nas horas vagas.

Os pássaros, como Hitchcock jamais os viu

Pesquei essa imagem lá no blog do Louie, aka Luiz Augusto Valore. Olha que massa, adorei.
Parabéns ao autor, whoever he may be. Thanx, Louie.

Thanks & welcome

Glaucia Santos, mais nova seguidora do Nervosa. Valeu, lindinha! Seja bem-vinda, um abraço.

sábado, 22 de maio de 2010

Hoje não tem dança...

... não tem mais menina de trança, nem cheiro de lança no ar...

Já sabem o que isso significa, não? Hoje só amanhã. Quando eu mando o Edu Lobo é o mesmo que mandar o Lima.
Stuff to do. Back around midnight. Ou a qualquer momento em edição extra-extraordinária, blablablá.
Fiquem bem. Beijos da San
Talvez eu poste alguma coisinha ainda, not sure.

Sponholz



roque
sponholz
roque'n'rolla



sexta-feira, 21 de maio de 2010

30 aninhos deste darling hoje. Happy bday, Pacman!

Imagem de um cara feliz da vida

Foto CCPR (I think)
Diferença desta foto para aquelas de tempos atrás, que eu via no blog do Sol.
Parece que essa pessoa anda mais pra cima ultimamente. Ear to ear smile, see?
Suando a camisa (V. detalhe) pero, feliz. I wonder... never mind. 

Desentorto essa foto depois. Agora não dá, tenho de sair. Fico devendo a estorinha caliente también. É que surgiram coisas que devem ser feitas, depois eu conserto essa situação. Sorry. Tenham paciência comigo, sou meio détraquée.

Uma pausa que não refresca

Tenho um almoço pra fazer. Volto depois, com uma estória muy caliente sobre... Depois eu conto. Stick around.

Bons tempos aqueles de colégio de freira

Poster de um filme Francês que me lembrou de mim mesma, menina, uniforme de colégio, sapatinhos de boneca.

Tenho uma foto em que estou parada exatamente assim, no portal da capela do colégio, com esses sapatinhos. Diferença é que eu era mais bonita (modéstia às favas), a saia um tico mais curta, e a blusinha de um branco imaculado, às vezes com a gola marinheiro, dura, engomadíssima, que les souers chamavam "cabeção".
Em dias de gala usávamos boina preta, luvinhas brancas e o tal cabeção. Maior fofura, loucura dos cultuadores do estilo school girl e Lolita.

E eles davam em cima, um absurdo, aqueles honoráveis senhores, distintos e sisudos... Mas eu não os culpo. Uma mulher em botão, desabrochando graciosamente para a vida, deve ser mesmo irresistível aos olhos de um homem maduro e saudável. I understand.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Para o maior radialista do Brasil depois de Ary Barroso

O trio do Ray Brown, esse fenômeno do upright (o baixo acústico ou de pau) que tocou com os papas do jazz, tendo ao piano Gene Harris, a fera do soul jazz (unfortunately nenhum dos dois mais entre nós) e o monstrinho Jeff Hamilton num solo de batera que mostra por que ele é disputado por jazzistas de todos os tempos, entre eles a loura Diana Krall. O grande Ray Brown foi casado com a diva Ella Fitzgerald.

The first dragon

Paulo Urbano envia essa belíssima imagem e quer saber: que fim levou aquele paninho de mesa que sumiu do Palácio do Planalto? Ai, minha santa Glorinha Khalil, patrona das pessoas finas e de bom gosto, rogai por nós, agora e na hora da liquidação das Lojas Marisa, amém.

Solda

Sol, the amorzão, numa das suas setradas direto no alvo.
Se você não fala curitiboca ou itararense, não sabia o que é setrada.
Now you know.

Simon Taylor

Este blog apóia abertamente Beto Richa Governador 2010, e com isso não pede nada, 
a não ser o voto das pessoas bacanas, que não decepcionam 

Do blog do Barba

Se as eleições ao governo do Estado fossem hoje o prefeito de Curitiba, Beto Richa, seria o sucessor do governador Roberto Requião. Pesquisa encomendada pelo ex-governador João Elisio Ferraz de Campos, do DEM, e entregue ao governador Roberto Requião, mostra que Beto Richa venceria numa disputa com o senador Osmar Dias por 40% contra 33% dos votos. Num eventual segundo turno, a diferença seria de 48% contra 40%.

Meu lema é: chega de emeessetês, petês, lugos, chávez, morales, requionadas, luladas, dilmadas. Chega disso! Estou farta desse social-cuequismo-nepotismo-anistiapensionismo-ilusionismo desses bregas-cachaçados. Chega disso! Quero voltar ao mundo civilizado, educado, fino, instruído, decente, normal.

Sponholz

E meu queridão Spon me envia, nesta manhã de sol, essa jóia verdadeira.
Sacação total do nosso Astérix. Beijo, Spon!

Entendendo o Português de Portugal

Adoro os tugas, por uma série de peculiaridades, entre as quais a linguagem. A linguagem, essa ferramenta de comunicação que não se restringe à palavra escrita ou falada mas abrange uma vastidão de elementos intrínsecos à personalidade de um povo, às suas características físicas, morais e emocionais. Esse assunto é palpitante. Senão vejamos, por que as piadas acerca da inteligência dos portugueses? Por ao menos dois bons motivos, a meu ver:

1) por serem eles muito mais cultos que nós, no geral, o que nos desperta o despeito
2) por darem-se eles muito facilmente à explanação do óbvio, coisa que detestamos

A segunda característica é a que pesa  mais para o espírito amalandrado do brasileiro. Que veja, mesmo não sendo culto, o brasileiro é ágil no pensamento e dispensa falação sobre obviedades, irrita-se até com ela. Exemplo disso, entre tantos outros, é a famosa personagem do mestre Chico Anysio, o Pedro Bó, lembra? Que inspirou o pessoal da revista Mad a criar a seção Respostas Cretinas para Perguntas Imbecis.

Olhando o jornal virtual Expresso encontro um vídeo que gostaria de assistir, mas essa intenção vai para o segundo plano, graças ao amor dos tugas pelo óbvio. Olha que gracinha, quando você vai clicar no ícone  internacionalmente conhecido como "play", para assistir o vídeo, você depara com a instrução:

Clique no botão para dar início ao vídeo

Impossível deixar de responder mentalmente: Ah é, é? Não diga, Pedro Bó! E como é que clica? Assim, responderia o tuga virtual:

a) arraste o cursor do rato para sobre o ícone vetor que significa play (tocar) e está representado pela seta que aponta para a direita;

b) estando o cursor sobre o ícone, pressione a tecla esquerda do rato uma única vez, e solte-a, arrastando a seguir, o cursor para fora da imagem, caso contrário o sinal do cursor se sobreporá à imagem do vídeo, atrapalhando a visão do mesmo.

E como se isso não fosse ridículo que chegue, no sentido de dar risos, vem ainda sobre o mesmo assunto a palavra Oscar, o prêmio da Academia de Artes e Ciências de Hollywood, acentuada: Óscar. Tipo, veja o filme que ganhou o Óscar. Hahaha. Não é uó? Uóscar? Queridos tugas, eu os adoro. D vrdad meishmu.

E pra vocês uma palhinha da Mad, com texto do Danilo Gentili, um dos MIB do multimídia genial Marcelo Tas (visite o blog) no hilário CQC, entre os meus superfaves. Não acredito em quem não assite o CQC ao menos de vez em quando (Band, 2ª feira 22h00, acho).

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Aqui jazz

DK me enviou ontem clip do pianista Hank Jones e notícia de sua ida para o outro nível, aos 91 anos. Uma lástima.

“Gostaria de ser lembrado como alguém que desenvolveu um estilo. Isto é das tais questões que só o tempo pode decidir.”
Certamente Hank Jones conseguiu desenvolver um estilo e muito mais. Na ótima resenha de 2009 da Culturgest, que encontrei no Manuel Jorge Veloso:

"Uma das últimas lendas vivas do piano-jazz moderno, igualmente fundamental como improvisador solitário absoluto (qualidade em que nos deixou obras imperecíveis) mas também e sobretudo como líder e solista no âmbito da mais clássica formação de todo o jazz, o trio de piano-contrabaixo–bateria (...) "


Semana passada foi a Lena Horne, também pelos noventinhas. Ora, eu, se pudesse, fazia um pacto com Tanatos: deixa um jazzista de noventa e leva três braganejos de trinta. Ô maravilha! (foto Jimmy Katz).

E abaixo segue o clip, muito a propósito de um salgueiro chorão. Beijo por isso, DK, valeusíssimo.

Maçã ou chicotinho para a professora?

Lembra-se daquela professora resmungona de sua escola, Dona Fulana de Tal, que andava arrastando os pés, meio esquecida de si, meio relaxada com a aparência, meio desgrenhada, cheirando a cadernos e livros velhos? Pois então. Eu não tive uma profa assim, felizmente. Minha primeira e inesquecível professora, Dona Maria Lucy dos Santos, era uma moreninha minhon, ativa e genuinamente interessada por seus alunos. Desnecessário dizer que ela me adorava, né? Imagine se não. E eu a adorava também. Dona Maria Lucy, uma das mais felizes e acarinhadas lembranças da minha infância, que me impulsionou em muitos momentos de hesitação e me seguiu a vida inteira, reforçando minha autoconfiança às vezes abalada (sério isso).

Mas o mundo muda. E as profas de hoje enfrentam outros desafios, além de preparar almas ingênuas para a vida e despertar nos espíritos tenros o gosto pelos estudos e pelo conhecimento. Olha, eu diria que hoje em dia não existem mais professoras, existem instrutoras programadas, refratárias a sentimentos retrógrados como carinho e solidariedade. Não entro no mérito, apenas constato a realidade, que ainda abrange falta total de preparo acadêmico e emocional, salários injustos, péssimas condições de trabalho e um cotidiano extremamente violento.

Mas sempre tem quem invente uma brecha no seu universo e encontre um caminho inusitado. Foi o que aconteceu com Bruna Real, professora do Grupamento de Escolas de Torre de Dona Chama, Conselho de Mirandela, Portugal (por óbvio, com esses nomes todos assim tão saborosos).

A moça houve por bem participar de um ensaio para a revista Playboy, no qual contracena com outra mulher, e nas fotos elas não estão exatamente ensinado o alfabeto ou as quatro operações aritméticas.

A partir desse evento a professora foi destituída de seu emprego, pela nada gentil Gentil Vaz, vereadora do Pelouro da Educação. Olha o nome, até imagino a profa amarrada ao pelouro, recebendo chibatadas no lombo por ter posado nua em pelo para uma revista masculina (não babem com a imagem, meninos).

A administração da Playboy em Portugal declarou-se surpresa com o afastamento da professora. Que administraçãozinha ingênua essa, não?

Senão vejamos: como é que ficariam os aluninhos durante a sabatina, a imaginar o que pulsava por debaixo daquele avental branco imaculado e todo engomadinho? Ai dos Paulinhos e dos Francisquinhos da vida, sonhadores e dados ao estudo...

Pior: imagina a briga de foice em casa, quando papá e mamã discutissem quem iria à próxima Reunião de Pais e Mestres, para a qual papá nunca estivera disponível e de cuja ausência mamã sempre reclamara e, agora que papá se diponibilizava tão expeditamente, mamã fazia questã de ir ela mesma ter com a mestra do miúdo? Ai!

Então posto aí uma foto comportada da mestra, e vocês deixem sua fertilíssima imaginação rolar e idealizem as fotos que recheiam a edição de maio da Playboy portuguesa. Imagino que haverá encomenda na Banca Bom Jesus, aquela que consegue qualquer revista publicada no planeta (boa dica, hein? San é amiga). Aproveita e responde a enquete, okay? Isso é uma profunda questão antropológica, antes de mais nada (o mesmo motivo que leva senhores sisudos a comprar a Playboy "para ler uma reportagem").



(   ) Bruna Real não devia ser despedida da escola

(   ) Bruna Real devia sim ser despedida da escola

(   ) Bruna Real devia ser proibida de dar aulas

(   ) Bruna Real devia dar apenas aulas particulares

(   ) A Playboy fez bem em mostrar a Bruna

(   ) Por que meu filho não tem uma profa assim?

(   ) Será que ela dá aula de reforço?

(   ) Qual o telefone do cãozinho, ó cachopa?

terça-feira, 18 de maio de 2010

Sobre fritos, patchouli e glória

Apesar de detestar cigarro sou solidária com os tabagistas. Entendo o que eles passam com essa onda de execração. Sinto isso na pele, com esse chatíssimo falatório sobre reeducação alimentar, outro nome para a doutrina alimente-se como um coelho. Odeio isso. Principalmente porque fui educada por cultuadoras das frituras. Todas as mulheres da minha família eram totalmente devotadas aos fritos, como dizem os portugas.

Faz um tempão que abdiquei desse prazer, não pela saúde mas por coisa muito mais importante: a estética. Sou sincera. Desculpe se isso fere a sua suscetibilidade mas, no mundo como é hoje, se eu pudesse escolher entre viver mais trinta anos como uma pessoa comum ou vinte como uma pessoa atraente, eu ficaria com a segunda alternativa. Sério. Não suporto ser olhada de um modo banal, não é a minha praia. Se eu não for percebida da maneira adequada, meu lado pobre menina abandonada vem à tona e eu fico totalmente désolée. Freud explica, mas não vem ao caso.

Assim, imagine o problema que isso se torna com  o passar do tempo. Porque a gente não vai exatamente rejuvenescendo e ficando mais linda dia após dia, nem mesmo com todo o dinheiro ou a sanha mais despirocada do mundo. Chega a hora em que Vera Fischer não levanta mais a galera. Coisa bem triste para a nossa superficialidade, para a minha, principalmente, essa entidade robusta e exigente. Espero mudar de perspectiva antes de enfrentar essa situação. Interessar-me por colecionar caixinhas de fósforo, coisas assim.

Aí outro dia aconteceu o seguinte: estava eu na minha caminhada diária, que levo muito a sério a partir do momento em que descobri que estar fora de forma é a pior coisa do mundo. Anda que anda, pensando em coisas inofensivas e tranquilas como alfaces, água pura e brisa, eis que de repente cruza o meu campo de visão um cara, saído de um lugar que podia ser uma garagem, um pátio de automóveis, uma oficina, não sei, o cara sai assim, sem olhar para os lados, dirigindo-se a algum outro lugar, cruzando o meu caminho compenetradamente, feito um soldado em marcha, sem me ver.

Chamou-me a atenção seu perfume, patchouli, cheiro da minha meninice, de quando caras descolados e desafiadores precisavam cheirar a amor livre, cannabis e paz e o patchouli parecia cumprir esse papel, e seu cheiro infestava as boutiques da Jesuíno Marcondes. Nossa, pensei, uma figura tão contemporânea cheirando como um burguesinho riponga do final dos anos sessenta? Aquilo atiçou minha curiosidade ou minha memória, sei lá, me levou a prestar atenção ao cara, infinitamente mais do que aconteceria sem a intervenção do perfume.

Primeiro, por força da realidade, pois eu ando ligeiríssimo e mal conseguia acompanhá-lo, reparei em suas pernas, quilométricas. Para cada passada dele eram necessários três grandes passos meus. Segui por um tempo me divertindo com isso, até que me vi quase emparelhada com ele. Diminuí então meu ritmo, ou acabava andando ao lado do rapaz, coisa ridícula.

Como estávamos para atravessar uma rua de alto tráfego ele teve de parar, o que deu tempo para eu me perfilar novamente com ele, constrangida com a mera idéia de ele imaginar que eu pudesse estar bancando a engraçadona. Felizmente o sinal fechou e pode-se cruzar a rua rapidamente. Atravessei na diagonal, indo para a calçada oposta. E um cheiro de paz e amor empestado no ar, diria o Djavan.

Pensei no perfume, nas pernas quilométricas, no jeans cinza legalzão, nos sapatos acoturnados de soldado, no jeitão nonchalante. Pensei nos cabelos, cachos soltos, bem tratados, cheirando a patchouli. Não que o perfume me dissesse alguma coisa, nem gosto dele. Incomodou um pouco foi a sensação de fora do alcance. Mesmo não havendo interesse real é muito desconfortável achar que algo está definitivamente fora do nosso alcance. Isso não devia acontecer jamais. Causa extremo prejuízo ao ego. Mas enfim, pensamentos sem propósito, desencanei e fui cuidar da vida.

Lá pelas tantas inicio o caminho de volta, meio de saco cheio. Sou um ser não-andante por natureza, adoro um automóvel, sempre volto de minhas caminhadas sonhando com o meu Kazinho. Vira daqui, vira dali, umas quadras adiante quem surge na direção oposta? O Patchouli. Não, pensei. Ridículo. Desconfortável sensação de sugestão de intenção, numa repetida fileira de ãos absurdos, sigo eu a conjeturar. E a me aproximar, a me aproximar, de frente pro crime. O rapaz passa então, devagar, e ao passar abre um sorriso e acontecem umas palavras:

Ele: Oooi.
Eu: Oi.
Ele: De novo?

Como assim? penso eu. Mas respondo apenas com um sorriso muito discreto, impregnado de perplexidade. E continuo meu caminho, tentando imaginar como "de novo?", se não havia registro de ele ter-me visto por um segundo sequer anteriormente.

Acho o fato muito curioso mesmo. E assim admirada volto-me para trás apertando os olhos, a título do meu ego verificar se a cena toda não teria sido peça pregada pelo Alzheimer. Bem quando me volto flagro o rapaz fazendo o mesmo. Bizarro momento. Ele então ri e faz um gesto, batendo o dedo indicador e o médio na têmpora. Gesto tipo, de soldado. And the second freaking look!

Sigo meu caminho, divertida, imaginando que "fora do alcance" pode ser relativo, e essa sensação é bem mais adequada para a minha vaidade. Mesmo que não corresponda cem por cento aos fatos o sentimento é paliativo. Freud explica, mas não vem ao caso.

Chego em casa louca pra ligar pra alguém cuja voz me lava a alma e faz todo o resto do mundo parecer sem sentido e sem importância.

- Alô, minha linda! diz a voz maravilhosa.

- Oie! respondo eu, exultante e reafirmada.

Yay! vibra a galera, sob fogos e rojões. Sou Vera Fischer e acabo de vencer o concurso Miss Brasil. Tão boa essa sensação, vocês não imaginam.

Dá febre e deixa dengosa. Vou te apelidar Aedes Aegypti

You give me fever

When you kiss me 

Fever when you hold me tight

Fever

In the morning

Fever all through the night

Em verdade, em verdade, vos digo: blogar às vezes é um saco.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O sono do Justus

Ricardo Riva mandou essa: colchão do presidente da Assembléia Legislativa, explicando o porque dos seus recentes problemas de coluna. Vale o registro. Como diz o Solda, os fulanos estão enlouquecendo. Vergonha a gente sabe que não existe, nem medo, mas dispensar totalmente a noção de aparência, e eu digo de tão só aparência de honestidade, do jeito que eles estão fazendo, é o limiar da loucura ruim. Sim, porque a loucura é igual ao colesterol: tem da boa e tem da ruim. A que transforma homens em abutres é da pior espécie.

Meia-noite e trinta e oito: é calmo o início da madrugada em Curitiba

E para vocês a Flô Bulcão, aka Florinda Bolkan. Arrepiou na década de setenta. 
Era comissária de bordo, musa de meio mundo, fez alguns filmes na Itália.
Mas não era muito sensual para os meus padrões. Olha só eu, hein?

domingo, 16 de maio de 2010

DK, num dos meus temas favoritos: janelas, adoro janelas

No inverno de 1991 a descobrir (ou tentando descobrir) uma Lisboa invisível no verão, senti dois olhos fechados a acenarem-me (ou a induzirem-me a) uma história oculta mas vívida e ainda cheia de vida por trás de geométricas e mudas fachadas.

Waldez


Fiquei uns diazinhos sem passar lá no Waldez, 
quando chego lá hoje 
olha o festival de inspiration. 


Mostra porque está disparado entre os meus faves. Parabéns, Waldez.

Para Sherazade, Doc Cirus & outros corações apaixonados




Anônimo Veneziano é um  filme de 1970, escrito e dirigido pelo ator italiano Enrico Maria Salerno, em seu debut como diretor, e estrelado pelo americano Tony Musante e pela beldade brasileira Florinda Bolkan . 
O  premiado tema musical de Stelvio Cipriani conquistou os corações românticos. O filme fala de um músico em Veneza, doente terminal, apaixonado pela ex-mulher, e às voltas com uma peça musical de autor desconhecido, daí o título em Italiano Anonimo Veneziano.

Tema cantado por Tony Renis, neste clip cheio de imagens de Veneza, onde eu, em menina, sonhava um dia passar minha lua-de-mel com um cara chamado Guido Ceccatto, que não sabia de nada, olha só.

Mas isso antes de eu conhecer o Senhor do meu coração, quando então tudo mudou para sempre.

sábado, 15 de maio de 2010

Pitadas de escrevinhações nervosísticas numa manhã de sábado

No tanque

E ali, sem um movimento, cigarro esquecido no canto da boca tensa, em seu jeito cismado ele espreitava os movimentos da moça, a bater roupa no tanque. O corpo vigoroso cuja lembrança lhe atormentava o sono, a passos de seu alcance, quente de sol, dispendendo o cheiro de mato e orvalho, luzidio por debaixo do vestidinho de chita, que lhe teimava em se prender entre as nádegas, revelando a falta da calcinha.
Ele sentiu um tremor a lhe percorrer a espinha, e a resposta imediata de seu desejo, que apontava para a petiça fogosa e risonha que o tratava como a um qualquerzinho. Pensou: te mostro!
E num impulso correu para o seu sonho: possuí-la, em plena luz do dia, a céu aberto, sob a grita dos pássaros que revoavam o terreiro, grita que lhe agitava ainda mais o sangue, exacerbava a urgência em abrir a represa da paixão que lhe queimava as partes e lhe esmagava o coração matuto.

Mas ela sabia, e esperava, e toda amolecida abriu-se para ele, que se deixou engolfar pelas delícias daquele rio quente e sedoso em que sempre quisera se afogar.

Foi assim que as coisas se assucederam.

Pra ti vê, pensava o filósofo ao rememorar o fato, que nem sempre um tanquinho vai representar um esforço inglório. Tudo é relativo. Menino clicaqui. Menina clicaqui. Ambos, para uma reflexão, aqui.

Bom sábado pra vocês and that's all, folks. Tenho umas roupinhas pra lavar. Mas não se entusiasmem, é na lavadora, totalmente desprovida de romantismo e esforço. Tecnologia alemã sem o furor das botas e sobretudos superpotentes, ai.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Sponholz


E meu superqueridão Sponcartunix manda esta obra-prima. Olha o que eu digo sobre cartunista ser uma categoria de artista ducará: como é que eles desenham um negócio que não tem nada a ver com a real e o desenho fica a cara do representado? Olha a Dilmona! Tal e qual. Beijo, Spon. Tiamu. Adorei milhões.

Aê moçada, vocês se espertem: os caras de 60 estão mandando geral

Sessentinha ontem, 13 de maio, Stevland Hardaway Judkins, aka Stevie Wonder.
Happy bday, sweetheart! The 60's rule. Veja como está este mundo, os caras de 60 estão parecendo ter 16, finalmente redimindo alunos de Inglês que nunca sabem o que é sixty e o que é sixteen.

A briga do Beco no blog do JB Vidal: è finita la contradanza

Reproduzo aqui meu último comment no blog Palavras, Todas Palavras, no post onde Roberto Prado (na foto qual Émile Zola fazendo o J'accuse) critica o que foi dito sobre Wilson Martins, o morto. Porque o próprio mestre blogueiro diz que vai deletar a coisa toda em 24 horas e eu pretendo deixar meu comment bem lível pra quem se interessar em lê-lo. Quem não acompanhou o quiproquó é só ler a bagaça abaixo que vai entender direitinho. Aí vai:

Well, não pensei que isso aconteceria mas eis-me aqui de novo. Fato é que eu havia ativado a notificação de comentários recentes, modos que, tudo o que se passa por aqui me avisam lá, não tenho sossego. Vou desativar a coisa pois a discussão já se esvaziou totalmente, no meu entender. Mas quero antes deixar uns últimos registros:

1. não entendi o porque desse post ser  "deletado da rede e arquivado". Não vejo razão para esse tratamento inusitado, mas não estou arguindo, o blog é do sr. JB  Vidal, se ele quiser parar o jogo, botar o blog debaixo do braço e levá-lo para casa, no que me concerne ele pode fazê-lo.

2. Roberto Prado provou uma vez mais ser uma pessoa extremamente gentil e elegante, ao contrário do que foi dito a seu respeito por vários comentadores desde o início desta discussão. No que me diz respeito ele nem precisava ter-se desculpado por absolutamente nada, pois a palavra "bullshit" , desconsiderando-se o fato de a mesma não ter sido interpretada corretamente, trazia sua pretensa ofensividade atrelada à tradução, não estapeava a cara do leitor como a expressão "merda inglesa".

3. As ofensas aqui dirigidas a Roberto Prado superam largamente em número e grau a que ele poderia ter dirigido ao morto, fosse esse o caso, o que definitivamente não foi, pois Roberto Prado criticou os comentários que contemplavam a obra do morto, coisa que deveria ter sido entendida em primeiro lugar por esta plêiade de literatos que aqui se reúne.

4. Como eu disse no meu primeiríssimo comment, respeito a pessoa que foi Wilson Martins, mas isso não me obriga a admirá-lo profissionalmente e, de fato, não o faço. Acho que apesar do seu vasto currículo pontuado por uma ou outra circunstância digna de nota ele foi, no geral, um crítico tendencioso e obtuso, além de um escritor aborrecido e professoral, cujo texto mostrava a agilidade de um comboio subindo a serra, motivos pelos quais eu jamais me interessei em ler mais que uma ou duas linhas do que ele publicava, deixando logo de lado o assunto com um suspiro entediado.

5. Tenho amigos que estiveram comentando esse post e nunca viram seus comments publicados. Eu mesma havia mandado um último, na primeira leva, que nunca apareceu. Como acredito que possa ter ocorrido algum erro independente da vontade do mestre blogueiro, não aventarei outra hipótese para o não aparecimento de tais comments. Por via das dúvidas estarei publicando este, tal qual o vemos aqui, no meu próprio blog, o Nervosa, para quem o quiser consultar após ser o mesmo aqui deletado.

http://nervosa-san.blogspot.com/

6. Por último quero reforçar a idéia que motivou toda esta discussão: Wilson Martins é morto, pena para quem gostava dele mas, em termos de arte e cultura pouco se perde. Não foi gênio, como alguns que ele criticou, nem santo, nem herói, nem mártir, nem vilão, apenas um paulista que gostava de temperar sua crítica a artistas paranaenses forçando a mão no sal da injustiça. Não vou pranteá-lo jamais, ele não é para mim um querido intelectual.

Termino minha ponderação lembrando que a palavra em Inglês usada por Roberto Prado significa o que nós aqui entendemos por "papo furado" e nada mais: tudo o que foi dito no post que Roberto Prado propriamente chamou de "bullshit" não passou de... bullshit.

Linda Simone, linda melô. Partes dela, as que tem a ver, pra quem tem a ver


Então assim: quando a Simone ainda não era totalmente conhecida eu tive uma qualquer coisa com  o flautista de um famosésimo trio carioca, que veio fazer uma temporada aqui no Paiol. Ele era um encanto, artista sensível e talentoso, grande papo. Eu inexperiente de tudo, sabe como? Menina de colégio de freira, educada à antiga, sem namorado e com uma paixão secreta e desmedida por um cara inatingível, que fazia muito sucesso por aqui mas nem sabia que eu existia, ou sabia, mas nada podia fazer a respeito.
E como minha casa era ponto de encontro de artistas, muita gente que vinha pro Paiol acabava a noite lá, em inesquecíveis jantares e jam sessions. Ali eu conheci pessoas incríveis. Mas ninguém como a minha paixão secreta. Nunca ninguém foi mais incrível ou encantador ou talentoso do que ele. Paciência. Era a minha sina, cada um tem a sua.
Terminada a temporada, o trio voltou para o Rio, e o rapaz, aquele, continuou falando comigo diariamente, por telefone. De uma das nossas conversas nunca esqueci:

- E aí, o que vocês tem feito?
- Ah, estamos ensaiando agora com uma cantora chamada Simone.
- Ah, a Simone?
- É. Vamos gravar um disco com ela.
- E o que você está achando? Ela é legal?
- Muito legal. Grande cantora. Vai fazer muito sucesso ainda. Tenho certeza que você vai gostar do disco.

O resto vocês sabem. Quanto ao meu 'romance', acabei com ele em pouco tempo. Não era o que eu queria da vida. Ninguém era suficientemente bom para competir com o senhor do meu coração, que continuou reinando, imbatível, para sempre.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Thanks & welcome

Lara Sfair, mais nova seguidora do Nervs. Valeus, Lara, bonita. Bjoka!

Este é o cara

Um dos melhores produtos deste planeta, em todos os tempos. Click de Nego Miranda, para quem tiro todos os meus trinta chapéus, por ter captado tão bem essa cara de Paulo Vitola que o Paulo Vitola tem. Absurda essa boca terna e tensa, arco ajustado para dardos certeiros, nem sempre em forma de palavras, sonho eu, embora elas sejam irresistíveis. Os olhos, ah! os olhos. Claros, falsa serena lagoa em que se deseja urgentemente mergulhar, tocar o fundo, sem hora pra voltar.
Paulo Vitola, doce e penetrante no olhar de fogo e mel. Assim, de cara, mais forte e mais doce que o punhal de Dalton. Isso tudo mais a sua poesia, resistir quem há de? Não eu, por certo, nem quero.
E a voz? Não tem outra mais quente nem mais aveludada, com a inflexão exata no momento certo, e as nuances todas que enriquecem cada palavra e expressão. A voz que Marlon Brando devia ter tido. A voz que Frank Sinatra, ao falar, não tinha. Harmoniosa, densa, encantadora, pillow talk voice por excelência. Se Paulo Vitola fala ao telefone com voz plana, apenas para pedir um taxi, a operadora lá na central suspira e pensa: ah, se eu pudesse atender essa corrida com certeza esqueceria o tédio desse dia. Essa voz leva metade dos créditos de seu poder de sedução. E merece. O único sotaque curitiboca que me fascina. A fala arrastada, descansada, segura, de quem sabe sempre que vai chegar onde quer. E chega.

No site do Expresso

Actualidade
Lotação esgotada para receber o Papa
O Papa Bento XVI chegou ao santuário de Fátima para "rezar pela nossa humanidade acabrunhada por misérias e sofrimentos".  (Pergunto eu: misérias e sofrimentos que incluem violação sexual?)

O Papa afirmou que "a consolação do amor solidário de Deus" se propaga "em todo o sofrimento".
(Eu: hoje se comemora a canonização dos irmãos que tiveram a visão da Virgem, os Pastorinhos de Fátima, como são chamados. Espero que o sofrimento deles não tenha incluído experiências funestas com representantes da Santa Madre Igreja que, qual mãe permissiva e injusta, é cega aos crimes de seus filhos.)

Mudando de assunto, olha a delícia que é essa língua falada em Portugal:
Ainda o Papa não tinha aterrado e já se antevia uma onda de histeria colectiva nos canais televisivos. Quem assiste já deita Papa pelo nariz, como fazem os miúdos às vezes com o Cérelac (espécie de farinha láctea, ui).

Quem assiste já deita Papa pelo nariz. Explicação:
Aquilo que me acontece cada vez que ouço ou vejo o Demonho de Garanhuns na tv, osseja: vômito.
Em miúda tinha eu vurdadairo hurrore a dãitare coisash polo narizh. Era-me vurdadairament insupurtávl ishtu.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Thanks & welcome

Ao Humberto, do Além do Bem e do Mal blog cheio de versos e fantasias, que aparece como um panda fofão ali ao lado, muito obrigada. Go on, Mares, are you a good sailor?   ;)

O melhor do Solda ontem & hoje, na minha imodesta opinião

Como todos sabem, já que disso não faço segredo, minha maior fonte de inspiração bloguística é o Solda. Toda manhã eu vou lá, inspiradamente cato tudo o que me interessa e trago para cá, depois eu posto mais uma ou outra coisinha et voilà! Hahaha. Claro que às vezes conto com a inestimável colaboração de artistas generosos para abrilhantar esse espaço, obrigada, meus lindos.

Na verdade tudo o que me interessa o Sol posta antes, ele está sempre um passo de ganso à minha frente. Depois tem outra: segundo o Tiago Recchia, o Solda não dorme, passa a madruga postando. Ele jura que programa as postagens, que tem essa ferramenta no Blogger nananã, mas eu não sei, nunca vi nada. Sei que eu, sim,  fico madrugada a dentro blogando aqui e ali. Eu não consigo dormir, sofro de síndrome de Napoleão encarando Waterloo, até dores de estômago tenho. Estou pensando em arrumar um chapéu sfiha pra mim, le tricorne celebre, não tenho esse na minha coleção. E uma casaca azul ia bem também. E le cheval blanc de Napoléon, de que cor era mesmo? Hmmm, esse item acho que já tenho, aquele que vem pendurado num cordãozinho doirado, no gargalo do White Horse.

Mais enfin! Hoje catei uma série de coisas estrambulilares lá no Sol, agradeci, falei com ele ao telefone, rimos bastante e,vendo que nossa relação (parasitária) está superbem, vou à postagem de tudo o que pilhei do Amorzão. Lá vai, divirtam-se. Mas não deixem de ir direto à fonte, tem muito, mas muito, mais (se é que o Vina não catou o restante). By the way, Lina, aquele Spon que você creditou ao blog do Sol você catou aqui, viu, Bonita? Aquele dos boleiros fugindo da mulésta. Okay, cem anos de perdão.

Marchesini: por que você não foi ao Work Chopp? Prima donna que nem que a San? Eu não vou a lugar nenhum, mas no meu caso é outra síndrome, a de Greta Garbo: leave me alone.
 Lá vai:

1)  Influenza h1n1
Tudo o que ele faz eu curto, olha esses hominhos-ôvus. E as cores? E a ambiência, e a luz, tal? É uma pintura. E a expressão que ele extrai dessas carinhas minimalistas? Isso é gênio. Sem falar na piada, ótima, olha o rabicó. Cesar Marchesini, il Magnifico.


2) JBosco, Muito Orgulho Nenhum Preconceito
JBosco e o orgulho dos políticos de Pindorama. Sabe aqueles advogadinhos sebosos que ganham a vida ameaçando devedor insolvente, tirando nome de gente do SPC and so? Devia ter lá em Bras-ilha um assim: Limpamos sua ficha para a próxima candidatura. Sigilo & eficiência. Não perca tempo, ligue para Advocacia T. Sfolla.
Adorei o ministro Mincstock com seu coletinho psicodélico. "Vê se isso é imagem de um ministro de Estado!" diria Vovó Jabiraca. Já vó Canda diria "Ah, mãezinho... Isso não tem jeito que ajeite de jeito nenhum".


3) Frank e o cardápio
Alô, aqui é da Copa. Seu Dunga, o senhor vai querer Pato ou Ganso? E frango, gosta? Com ou sem farofa?
Frank fez exatamente o que eu pensei quando o primeiro torcedor mencionou o Ganso.
Valeu, Frank, me senti bastante realizada.


4) Benett e as magavíguias do mundo pós-moderno
Ai que triste isso. Lembro-me de mim mesma em menina, devorando os Clássicos da Mitologia Grega na Biblioteca Pública. Quantas e quantas horas de tantas tardes estive eu ali a me deliciar com os deuses gregos (!). Fui Afrodite, Pandora, Minerva, Penélope, quanta paixão! Doía tirar os olhos dos livros e olhar o mundo real. Me admira eu não ter virado uma dorgada, de tanto que vivi de ficção e odiando a realidade. Reality sucks (prova disso são os reality shows).

5) Lee Swain: Selva de Pedra revisitada
Quantos cavalos debaixo do elefante?
Detalhe bizarro: a orelha e a perna do bicho.
Seria ele the Elephant Man?